Olá, pessoal,
como ninguém tomou a inciativa ainda, estou abrindo esta postagem como repositório dos pontos de vista a respeito da importância da disciplina "Teatro e Cultura Popular" no seu processo de formação, conforme havia sido solicitado pela professora Renata Meira em nosso último encontro.
Espaço de encontro virtual e socialização de idéias e referências das disciplinas Interpretação IV e Teatro e Cultura Popular do Curso de Teatro da Universidade Federal de Uberlândia.
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LABIRINTO
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A disciplina "Teatro e Cultura Popular" tem me auxiliado com o aprofundamento teórico em temas com os quais tenho vivência prática de longa data, mas sem as leituras e reflexões teóricas que a academia possibilita.
ResponderExcluirNeste período foi-me possível em particular revisitar temas como a inseparabilidade entre sagrado e "profano", ou ainda, a questão da invenção do profano pela sociedade ocidental no processo de explicação das práticas performativas do outro.
Isto se deu primeiramente em discussões em sala de aula, quando mencionei a minha impressão de que seria mais fácil encontrar brincadeiras desvinculadas de religião no nordeste do que aqui, em nossa região. A professora me lembrou que isso se devia ao fato de eu estar distante da região e ainda olhar estas questões a partir de uma determinada visão de mundo. A conversa em sala de aula se confirmou após feita uma visita de campo a uma comunidade maranhense que vive em Uberaba, em que fui informado pelo Pai Pequeno da tenda de Tambor de Mina que o Boi deles, Trancelim de São João, tinha como dono não uma pessoa encarnada, mas o patrão da tenda, que é uma entidade que está na direção da comunidade.
Pensando sobre a minha trajetória até o momento durante essa disciplina de Teatro e Cultura Popular, pude descobrir e reconhecer questões tão interessantes e importantes sobre as culturas estudadas que eu nem fazia ideia. Essa ideia não se fazia por conta das influências europeias que sempre existiu durante a minha formação histórica, e com toda certeza não foi só a minha porque as escolas normalmente não valorizam outras culturas, bem como diferentes pontos de vista. Algumas leis estão mudando e creio que já demos um pequeno salto nessas questões mas ainda falta muito para que possamos ter essa história contada de fato.
ResponderExcluirEssa disciplina mobilizou em mim grandes surpresas, dentre elas a história do Congado e do Moçambique. Em todos os anos da minha vida, sem exceção, estive presente em uma festa que se chamava "A festa de Nossa Senhora do Rosário" e nela sempre esteve presente os moçambiqueiros, mas eu nunca havia parado para pensar nas origens dos cantos, das danças e das tradições daquelas pessoas. Durante essa disciplina isso me foi sendo esclarecido e foi inovador. Com toda certeza, esse ano, eu verei a festa de outra maneira; agradeço a disciplina por me ter feito conhecer questões da minha própria história, questões essas que não deveriam ser deixadas de lado em nenhum momento.
Quando reflito mais sobre o percurso na disciplina eu vejo o quanto é importante observar questões da cultura popular como potencialidade teatral, isso é algo incrível, se formos observar está tudo cenicamente interligado, mesmo que isso não esteja na consciência de quem faz e desfruta dessas culturas. Quando fizemos uma aula prática com o grupo Baiadô foi muito importante porque tive a sensação de poder viver algo diferente, de uma cultura diferente e o quanto foi divertido; acho que as vezes essa é uma das coisas mais importantes que devemos tirar dessas danças populares no geral, a diversão. Porque é lindo ver como os participantes se divertem com aquilo que estão fazendo e penso que isso deve estar presente em qualquer coisa que formos fazer, ser divertido nunca deve ser o sinônimo de menos importante ou até mesmo de desleixo.
As discussões sobre Etnocenologia tidas na aula do dia 21/05 foi algo que me chamou muito a atenção porque nunca tinha ouvido falar sobre esse tema e descobri que é algo muito interessante e me despertou a vontade de conhecer mais sobre visto que é um assunto muito complexo e precisa ser baseado em discussões e trocas de ideias e conhecimento, não apenas de textos lidos. Para mim, as questões lançadas durantes as aulas para posteriores discussões são super importantes pois cada um faz uma leitura diferente de texto, de cultura, de espaço, de mundo... E é compartilhando essas leituras (assim como fazemos nas nossas aulas) que conseguimos enriquecer nossas visões e nosso próprio conhecimento.
Tamara dos Anjos Garcia
Semestre curto para discussões longas e simplesmente complexas. É o que me sobressai enquanto começo a escrever esse pequeno fragmento. A impressão que tenho é a de que caminhamos um pouco, porém temos muito mais a explorar. Ao mesmo tempo, vou percebendo que sei muitíssimo pouco sobre esse campo, que a mim, me encanta. Acredito que isto esteja relacionado com o olhar para pequenos grupos, para o que sustenta, de alguma forma, um sistema, mas é dele excluído, posto a margem. Esses pequenos universos de encontros singulares, de empoderamento dos sujeitos, de constituição deles mesmos. Enfim.
ResponderExcluirParece-me tênue uma linha entre o participar e o pesquisar (pensando aqui em pesquisação, no pesquisador participante; aquele que se abre para estar com... não sei). Essa tenuidade tem um pouco a ver com o fato de que, ao me aproximar de algumas manifestações (manifestações para mim/nós que não fazemos parte dela) não necessariamente irei me inserir nesse modo de ser/estar. Pode até fazer sentido, pode até fazer-se sentir, mas fico me perguntando sobre uma tal apropriação, um mergulho mesmo... aproximação-distanciamento. Seria diferente se esses últimos se enquanto pesquisadora eu decidisse compreender de outros modos aquela cultura da qual faço parte?
Etcnocelonologia. Etno. Ceno. Logia.... Cenoetnologia...