Amanhã, dia 02 de abril:
- o auditório do Museu Universitário de Artes estará fechado para manutenção;
- o Campus Santa Mônica estará reservado para o vestibular;
- nós trabalharemos à distância.
Cada um de vocês deve publicar como comentário desta postagem, o texto escrito a partir da leitura que foi solicitado na semana passada. Peço a gentileza de postarem até amanhã às 9h50 para que eu possa trabalhar no período da aula. É importante assinar a postagem.
O Célio, nosso monitor, esta sempre atento e disposta a contribuir com alguma dificuldade que possa surgir. Bom trabalho e bom final de semana.
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[victor gargiulo]
ResponderExcluirNão me lembro de muitos contatos com o que se cunhou de chamar usando o pleonasmo “culturas populares” (que cultura não é do povo?) dentro da escola para além das festas juninas e do ocasional saci. Me lembro vagamente, mas com certo carinho de um repente que estava perdido dentro de um livro de Estudos Sociais (coincidentementemente ou não de capa alvíssima, branca, incluindo o título do livro, cuja tipografia também usava de um jogo de cores que passavam entre o azul claro e o branco).
Talvez a aproximação maior se dava às 6 da manhã, quando o rádio relógio de mamãe despertava com modas caipiras da Zebu FM, me fazendo chorar de emoção com as histórias cantadas nas modas caipiras do menino na porteira e galopeira, ou nas músicas de Inezita Barroso que ela escutava volta e meia. Também tinha a coleção de vinis do meu pai que contavam com clássicos do forró como “Peba na Pimenta” ao lado de outros mais conhecidos de Ari Barroso e Vinícius de Moraes que dividiam espaço com Beethoven, Mozart (e sua flauta mágica, favorita de um pai com tradição maçônica e teosófica) e muitos outros. Havia ainda a ocasional visita a centros kardecistas e umbandistas, em que se travava uma maior aproximação com a religiosidade brasileira. Me lembro de, por conta própria, decidir assistir à TV Senado a um espetáculo de dança onde se entrelaçavam a dança contemporânea com a cultura brasileira, o qual terminava com uma embolada que eu viria a buscar exaustivamente até encontrar depois que entrei na faculdade, pois muito me agradava o jogo dos cantadores de tentar encadear o nome de 4, 8 e 13 meninas em sequência (e lá iam Marinetes, Luzinetes e Catarinas).
Fato é que só fui conhecer o Congado aos 19 anos, depois de ter ingressado na faculdade e de ter me aproximado de um grupo de danças brasileiras, o Baiadô. Até então nem sabia da existência dessa manifestação, que havia permanecido invisível para mim até então. Eu já tinha conhecimento da existência dos festejos de Folia de Reis, mas também não havia acompanhado nenhum cortejo. Das manifestações culturais da minha região, só chegavam a mim aquelas que já haviam sido reconhecidas pelos meios de comunicação de massa ou aquelas que já estavam “eternalizadas” em vinil, fita cassete ou CD. Da cultura cotidianamente praticada pelos grupos frequententemente marginalizados, só me chegara parte de sua religiosidade com a umbanda. O contato com o grupo Baiadô foi fundamental para a ampliação do meu horizonte perceptivo em relação aos diversos Brasis que compõem o nosso país. A abertura e a disponibilidade para aprender que minha família sempre valorizou foi importante nesse processo de autocrítica e de busca pela escuta das vozes que viriam a fazer coro no meu processo de formação enquanto educador.
Ainda tateando e tropeçando, ao atuar enquanto educador sempre busquei oferecer esta provocação à ampliação do olhar para além do horizonte tocado pelos nossos olhos. Sabendo que determinadas manifestações culturais já tinham espaço suficiente em outros meios, meu impulso sempre foi o de dar maior visibilidade àquelas que frequentemente permanecem invisíveis ou diminuídas em relação ao seu valor e beleza, muitas vezes buscando revisitar práticas aprendidas com o grupo de danças brasileiras e com os diversos grupos de tradição popular de que me aproximei desde o início do meu primeiro contato com a universidade.
Lucas Francisco Silva
ResponderExcluirO mais interessante de ler o texto é pensar que você sabe pouco ou necessariamente nem sabe nada da cultura da sua cidade, estado, país, e me intriga muito termos como dança de catira, Moçambique, Terno de congos e Bumba-meu-Boi, talvez o que eu mais conheça é o Bumba-meu-Boi por causa da escola, e me lembro bem vagamente talvez algo falado na matéria de Geografia quando falamos das regiões do Brasil. Fazendo um rápido retrocesso na minha vida escolar não me lembro de ver muitas coisas relacionadas a cultura, talvez a mais conhecida cultura cristã, mas só, algumas pinceladas em lendas folclóricas como Saci-pererê, Curupira, Iara, mas nunca cheguei a estudar coisas relacionadas fora do modo tradicional, ou outras linhas de pensamento a não ser ligada a cristã, penso que o motivo pode ser a escolha da professora( ou sua religião), diretrizes da escola, etc. ...
Quando eu penso da minha vida cultural fora da escola só me vêm grilos (Risos), porque o que eu tenho de bagagem é muito pouco, ou eu considero que é pouco, mas o que me lembra cultura é o que vem de bagagem dos meu pai e minha mãe, que é necessariamente coisas não de Uberlândia e sim de coisas trazidas do Rio Grande Do Norte que é de onde eles vieram, coisas como: Músicas dos cegos e cantadores de viola, Desafios de violeiros, Literatura de cordel, com suas fantasiosas sagas e acontecimentos da comunidade, comidas típicas, vaquejada (que está em lei para ser cancelada por maus tratos em animais), essas são algumas das minhas referências de cultura. Também me pego pensando em uma cultura não aqui do Brasil, mais em uma cultura de fora como animes, manga, pois parece que as vezes o de fora sempre é mais convidativo e nem reparamos que dentro do Brasil ou dentro da nossa cidade existe um oceano de variadas de cultura.
Na minha formação universitária tive sim um breve contato com cultura, porem foi na minha outra Graduação que foi na matéria de Geografia Cultural e o meu professor da época deixava nossas escolhas bem soltas referente ao termo cultura, nunca era em cima de um determinado assunto, tínhamos a liberdade de escolher o que queríamos estudar e no final do semestre fizemos um trabalho do nosso interesse com alguma cultura que nos chamasse a atenção, e mais uma vez dei uma escapulida do Brasil e fui pesquisar sobre o Tango que estava muito fascinado por tango na época pois fazia aula de dança (e isso me fez pensar que em determinada parte da vida, ou alguma idade sempre vamos escolhendo pra gente o significado do termo cultura), tirando esse contato na Graduação da Geografia estou tendo o contato novamente nessa matéria. Só para completar o raciocínio, nos dias de hoje quando se tem um ferido festivo que se lembra cultura popular a gente nem liga, nem se importa, acredito que a vida está tão corrida, que nem estamos vivendo e sim sobrevivendo que apenas pensamos no dia de descansar, e nem nos damos conta que ali teve um marco histórico.
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ResponderExcluirCultura e eu
ResponderExcluirNa minha trajetória, escutei pessoas dizendo “ fulano não tem cultura”. E foi só na minha primeira faculdade, na aula de sociologia ( Curso de Publicidade e Propaganda – ESAMC) que percebi o quanto isso era uma falácia. Como podemos dizer que alguém não tem cultura? Se cultura pode ser, segundo Max Weber “ as teias de significados que o ser humano tece”. As teias que nos ligam, no nosso nascimento, na educação dentro de casa, educação na escola, estudos individuais, relacionamentos, etc.
Na minha visão, algumas pessoas ligam cultura apenas como arte. Nomeando assim um indivíduo que (por seus motivos) não está ligado as diversas artes, como sem cultura. E são tantas culturas. E tem também a cultura popular. Que na minha visão, são as “teias” tecidas pelas pessoas em determinado convívio que se expressam, se unem e “festam” na união dessas “teias” com expressões artísticas.
Essa visão descrita no parágrafo anterior vem muito do questionamento do lugar que ocupo. Como bolsista de produção cultural na Diretoria de Cultura da Universidade Federal de Uberlândia, me pergunto como essa diretoria deve se relacionar com as “culturas”. Qual o seu dever perante os alunos, como entender a diversidade do campus, e como chegar nessas pessoas. A diretoria de cultura é requeria as vezes apenas como “balcão” de eventos. Mas acredito que essa diretoria é muito mais do que apenas eventos e ações artísticas. Ela deve de alguma forma, entender essas culturas, e agir relacionado a isso. Mas também vejo a importância desses eventos, pois é lá que essas diversas “culturas” se encontram.
Por fim, conto um pouco da minha experiência com a cultura popular. Quando mais nova, não tive contado as manifestações da cidade. Foi só no curso de teatro que conheci algumas manifestações, escutei em aulas e conversei sobre. Mas de verdade, nunca participei. Alguém que escuta a história, mas não se relaciona a ela. E assim, gostaria de poder me debruçar melhor sobre isso.
Sara de Oliveira Valadão
ResponderExcluirChegar à Universidade, começar a conviver com diferentes pessoas de diferentes lugares, me deparar com disciplinas cujo tema central gira em torno das Culturas Populares, perceber que todos, de alguma maneira, já estão familiarizados com a proposta, me faz eu me sentir um peixe fora d’água. Até um dia antes do início das aulas no curso de Teatro, eu nunca havia tido contato com as danças, músicas, histórias sobre a cultura popular. Logo ao chegar à Faculdade, participei de uma oficina com o grupo Balaio de Chita, e ali me apaixonei! Achei maravilhosa a proposta da oficina, foi extremamente divertido, proveitoso e novo! A primeira experiência não poderia ser melhor!
Fui criada em um ambiente em que não se conversava sobre as culturas populares, não era de interesse e muito menos considerado algo importante de se saber. Ao ir para a escola, me deparei com todo o meu ensino fundamental sem informações sobre o assunto. No ensino médio estudei em um colégio cristão, onde de fato nada nos foi apresentado sobre o tema. Em toda a minha trajetória escolar, o máximo que nos era passado sobre ‘cultura’, era saber que no Nordeste havia o Frevo, no Sul o churrasco, em Minas o queijo, na Amazônia o índio, e às vezes, no meio do ano, uma Festa Junina, que na realidade o intuito era de arrecadar dinheiro para o Caixa Escolar.
Ao chegar em um curso rodeado de pessoas interessadas em saber mais das histórias, dos nossos antepassados, de suas culturas, de novos conceitos, me fez abrir os olhos para um novo horizonte. Ainda me acho muito engessada pelo fato de passar a vida até aqui achando que isso tudo era muito distante de mim, e agora eu consigo enxergar o quanto isso se aproxima de minha história, da história do meu povo, da minha cidade. Fechar os olhos para essa cultura, é fechar os olhos para quem eu sou, é ignorar de onde eu vim, é não dar mérito à quem me fez chegar até aqui. Ao ler o texto, fiquei encantada com a maneira em que se dá a Festa de Santos Reis! Que lindo perceber nas palavras do autor a cumplicidade, o carinho e a amizade que envolvem esses foliões, e saber que são apenas palavras. Acredito que no ato tudo deve ser multiplicado. Porém, que triste saber que passei 19 anos de minha vida sem saber que isso acontecia. Sabia apenas que em algum dia do ano era o dia de Santos Reis, mas não fazia ideia de sua reverberação entre seus participantes.
Em 2015, no segundo ano de projeto do PIBID, onde eu atuava na Escola Estadual de Uberlândia – Museu –, eu tive que planejar e executar uma série de aulas. No período em que eu iria coloca-las em prática, aconteceria na cidade a festa do Congado, e a professora que eu acompanhava me pediu para falar sobre. Um desespero enorme tomou conta de mim! Eu nunca havia visto a festa, não sabia do que se tratava, quem participava, o que ocorria,... dessa maneira, fiz algumas pesquisas na internet, conversei com algumas pessoas, mas mesmo assim, me senti bastante insegura sobre o tema, afinal, havia na sala de aula inúmeros alunos que participavam todos os anos desde pequenos, e eu, a “professora”, que nunca tinha visto nada sobre. Desde o momento da notícia sobre a aula, das pesquisas, da aula sendo executada, sem dúvida alguma foram momentos de bastante pânico, mas sou absolutamente grata à eles, porque me fizeram sair da minha zona de conforto e ir até a praça da Igreja de Nossa Senhora do Rosário prestigiar uma cultura tão bonita, viva e significante para minha cidade.
Sinto necessidade de iniciar esse pequeno texto falando sobre um primeiro rompimento de paradigma, qual seja; a idéia de cultura popular no singular. Hoje, para mim, faz sentido falar em cultura, culturas, culturas populares, como o texto propõe. Proposta esta que, logo de início, casou-se com as discussões iniciadas em sala de aula. Isso exige, de certa maneira, um cuidado para não colocar tudo em um mesmo saco, arriscando-me, pois, a esquecer das singularidades e reforçando uma idéia de hierarquização. E, é muito interessante como essa discussão, faz sentido no cenário das políticas públicas dos últimos anos.
ResponderExcluirBom, antes da escrita desse texto, fiz o exercício de colocar em evidencia meu processo formativo: fui inserida muito cedo, e aqui fica subentendida toda a minha história familiar, no campo da religiosidade, mais ainda, no casamento desta com a festa popular conhecida como congado. Inicialmente, vestido (depois saia e blusa), sapatos e meias brancas; e as fitas azul e rosa. O batuque das caixas ressoava no batuque dos pés, brincávamos entre nós, ao mesmo tempo em que atualizávamos nossa história. Sair da Igreja sem dar as costas não era por acaso. Carregar a bandeira e quem sabe ser princesa eram sonhos. E que responsabilidade carregar o Rei e a Rainha.
Apesar dessa forte tradição em minha cidade, não me recordo do diálogo com o esfera educacional – leia-se ensino regular. Nem sei se haveria, pois a imagem que primeiro se atrela a esse conjunto são de Pretos... mas meu cabelo era preso; bonito se alisado. Isso não era cultura erudita. Era espetacular para muitos. Ou, como dissera Renata: como pode aquelas figuras saírem da Igreja, cantar, tocar, batucar para Nossa Senhora do Rosário e São Benedito e, ao mesmo tempo, tomar uma pinga? Enfim...
O espaço escolar-educacional regular era restrito às apresentações de final de ano e/ou datas comemorativas, leia-se dia dos pais e dia das mães, para os familiares; quiçá a tradicional festa junina, que em diversos momentos, tornava-se julina - um momento de socialização, mas que geralmente era voltado para arrecadação de verba... rsrsrs; ainda, desenhos e pinturas miméticos sobre o folclore e algumas outras datas “comemorativas”. E, ao escrever essas linhas, sou tomada de sobressalto quando percebo que nunca gostei muito/ tinha medo (?) do saci-pererê e também do curupira... : Mon Dieu! Isso diz muita coisa! Preciso elaborar.
Todo esse recorte não se modificou muito no ensino médio. Na verdade nem haveria tempo, pois o foco era o terceiro grau. Apesar disso, já tivemos rodas de capoeira, contudo, ainda em um nível de espetacularização; tínhamos o intervalo cultural, o qual muito voltado para a música cabia, de modo geral, apenas uma manifestação: a MPB. E, não que essa me desagrade.
Isso também, pouco se modificou ao adentrar a chamada Universidade: em alguns momentos, o diálogo/interface parecia/parece ampliar-se de modo mais fluido e flexível. Em diversos momentos éramos (somos) nós falando sobre eles; haviam (há) tentativas de conhecê-los por eles, num arriscar-se a vivenciar tais experiências. Contudo, de modo geral, percebo que ainda éramos (somos) eles-nós; os que sabem- os que não sabem, enfim... Sei que minha visão pode parecer pessimista, quiçá critica ou prepotente. Todavia, compreendo que mudanças são gradativas, além disso, reconheço que fiz, mesmo que muito brevemente, alguns recortes. Estes, por sua vez, fazem sentido quando apreendidos a partir de uma contextualização.
[Camila Ruth]
ResponderExcluirAo ler o texto "Cultura, Culturas, Culturas populares e a Educação", não pude deixar de pensar em minha trajetória de vida e dentro da universidade.
Visto que cresci em uma familia, de classe média, branca, católica e totalmente alheia às manifestações culturais das quais texto apresenta, a escola poderia ter sido pra mim uma segunda via para eu entrar em contato com estes outros universos. Entretanto não foi, ela apenas reproduziu os mesmos conceitos eurocêntricos de cultura e religião.
Dentro da universidade, especificamente no PIBID (programa do qual participei durante um ano), tive a oportunidade (ou talvez devesse chamar de desafio) de "ensinar" aos meus alunos do ensino médio a respeito do congado. Estávamos próximos das tradicionais festas de congado de Uberlândia, e foi pedido para que nós bolsistas do PIBID, déssemos uma aula a respeito do assunto, como forma de incentivar os alunos a participarem do evento.
Quando soube que teria que dar essa aula, me dei conta do quão eu era (e ainda sou) ignorante em relação as manifestações religiosas e culturais brasileiras. Numa tentativa de "cumprir com a tarefa", pesquisei na internet (primeiro lugar no qual a minha geração, da cultura na qual estou inserida, procura saber sobre algo) numa tentativa de saber minimamente sobre o tema. Foi uma tentativa fracassada. Quando se trata de congado, ou da folia de reis como o texto traz, sinto que só é possível "entender" do assunto, quando verdadeiramente se participa disso. É um saber que, assim como o teatro, ultrapassa a esfera do teórico, do racional, que precisa passar pelo corpo, pela experiência em si. Por fim, acabei pedindo para a professora da sala, que já havia frequentado as festas congadeiras, para que desse a aula. Penso que é muita prepotência alguem querer reproduzir o discurso de um movimento/ manifestação/ realidade da qual nunca fez parte.
A partir dessa experiência pude perceber o quão importante é o ingresso e a presença dessas pessoas dentro da universidade. Como é que os PCN's querem que a gente fale de cultura popular, de cultura brasileira de cultura negra dentro da escola, se na universidade nós do curso de teatro não temos um professor negro? Se o nosso currículo reserva o horário de uma disciplina pra falar sobre o assunto? Se a gente só para pra prestar atenção no frevo, no cavalo marinho, no samba quando ele nos é apresentado não por gente que cresceu dentro dessa cultura, mas que se apropriou dela para o seu trabalho artistico?
Se a universidade tem essa capacidade de dar visibilidade, de consolidar, de "legitimar" um conhecimento (o que também é algo a se pensar sobre), então isso poderia ser feito também por pessoas que verdadeiramente estão inseridas dentro desses contextos. Acredito que o incentivo de politicas publicas para a facilitação do ingresso na universidade, é um dos caminhos que vem auxiliando nesse processo, ajudando a tornar a universidade um espaço cada vez mais plural.
{Tamara dos Anjos Garcia}
ResponderExcluirApós a leitura do texto "Programa Especial/Documentário: Cultura popular e educação" pude perceber o quão leiga ainda sou nesse assunto e o quanto ainda preciso aprender e entender. A cultura popular é algo que não esteve diretamente ligado a minha criação, pelo menos não a ponto de eu ter a consciência de que estava participando de algo relacionado a.
Durante toda a minha vida eu participei anualmente da Festa do Rosário que acontecia na cidade vizinha (onde residia toda minha família). Eram quatro dias de festa, e sempre se contava com a presença do Moçambique, pessoas super animadas que cantavam, tocavam e dançavam em louvor a Nossa Senhora do Rosário. Algo que também acompanhei assiduamente durante toda minha vida foi a Folia de Santos Reis. Pessoas que iam em nossas casas cantar e tocar em louvor aos três Reis Magos. Essas manifestações culturais citadas anteriormente somente chegou a mim através da religião católica. Apenas depois (quando já havia entrado na universidade) que fui ter a consciência de que o Moçambique na verdade é o congado, que esteve sempre presente.
Sei que a cultura popular se expande muito mais e vai muito mais além do que a festa da Nossa Senhora do Rosário e da Folia de Santos Reis (que é o que eu conheço). Na escola (educação básica e ensino médio) nunca tive aulas nem palestras nem nada relacionado a cultura popular além das lendas do folclore (que não sei exatamente se posso chamar de cultura popular), hoje sinto muita falta desse tipo de informação e sei que agora, na universidade e especialmente nessa disciplina terei mais oportunidades de saber, conhecer e experiênciar mais sobre as várias manifestações culturais que existe no nosso país. Também acho muito importante o fato de o congado ser hoje, algo obrigatório a ser abordado nas escolas.
Apesar de ter sido criada em um ambiente e em uma cultura totalmente religiosa, nunca fui muito de procurar saber sobre o que seguia, visto que nunca entendi muito bem várias questões religiosas. Assim, somente seguia as tradições que minha família seguia. Penso que a cultura seja muito isso, a gente segue normalmente o que nos é "imposto" de alguma forma e isso vem de família, cada uma com suas crenças, rituais e tradições. Pensando nisso, faço link com uma pequena frase do texto "cultura é tudo aquilo que os seres humanos acrescentam à natureza de que nós somos parte e de que partilhamos".