Uma homenagem ao universo do cordel.
A Cia. Fiorini de Teatro Mambembe, sediada em Contagem (BH), surgiu em 1988 da iniciativa do casal de artistas Bernadete Fiorini (artista plástica, dramaturga e bonequeira) e Gianfranco Fiorini (luthier, escultor e restaurador de automóveis), que somaram seus talentos individuais e os direcionaram às artes cênicas.
Seus primeiros
palcos, como a maioria dos bonequeiros, foram biombos e tapadeiras de madeira e
tecido, onde atuavam junto a bonecos de papel machê, resina, papel, tecido e
silhuetas para teatro de sombra. Através de estudos, observação e muita
criatividade ampliaram e amadureceram seu trabalho, acrescentando sofisticações
e invenções a seus textos, bonecos e cenários. Porém, sentiam que algo
ainda mais interessante ainda estava por fazer: o desafio de projetar um
veículo habilitado a alçar vôos mais altos no mundo do entretenimento.
Um caminhão Ford 1936, que era quase uma sucata. Bastante
deteriorado, teve de ser reconstruído. Já percorreu com valentia pelo menos 200 cidades de Minas Gerais desde 2003 e leva
muita diversão para gente de todas as idades.
O baú do caminhão foi construído
com ipê, uma madeira muito resistente que teria a missão de transportar
toda a parafernália cênica da Companhia Fiorini e ainda se transformar num
palco completo com camarim, sonorização e iluminação. Para concluir o trabalho,
as pinturas desse mágico baú foram feitas por Bernadete Fiorini, sendo uma delas,
a Rosa dos Ventos, cujos pontos cardeais são sonho, fantasia, felicidade e
alegria, e assim a Cia. Fiorini segue encantando as Gerais.
Todos os integrantes
confeccionam tudo que é utilizado nos espetáculos, como os cenários, figurinos
e bonecos. Tanto é que a equipe também promove oficinas de iniciação às artes
circenses, construção de bonecos e cenários e, principalmente, de objetos
folclóricos e contemporâneos.
O espetáculo Cordel de Papel, realizado pela
companhia, se inspirou na obra História de Juvenal e o Dragão, do paraibanoLeandro Gomes de Barros (1865-1918), considerado o pai da Literatura de Cordel.
No enredo, a cultura nordestina é homenageada a partir da história dos irmãos
Cotinha e Marcos. As cenas transcorrem em cima do charmoso e megacolorido
caminhão, e os atores se utilizam de diversos materiais, como bonecos,
xilogravuras, e um rolo de papel desenhado que no decorrer da peça, vai sendo
instrumento fundamental para a contação da história.
(Festival de Inverno de Ouro Preto - 2014)
(A história de Juvenal e o Dragão)
Referências:
http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/musica/2013/05/25/noticia_musica,142516/pe-na-estrada.shtml
http://www.ciafiorini.com/
http://casadocordel.blogspot.com.br/2009/06/como-se-faz-uma-xilogravura.html
Matheus Silvério.
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