O samba de
roda da Bahia, especificamente da região do Recôncavo, envolve um misto de
música, dança, poesia e festividade.
Devido aos portugueses
dizimarem dezenas de aldeias indígenas “tupinambás” que que haviam nesta
região, durante o processo de colonização, fez do Recôncavo um dos
principais destinos da diáspora africana.
Sendo que este, produziu grandes riquezas. No entanto, a resistência
às inovações está entre os motivos que determinaram um grande atraso na sua
modernização socioeconômica. As principais fontes de renda dessa região
ainda continua sendo o cultivo da cana, madeira e fumo.
O samba do estado baiano se espalhou pelo Brasil e
foi no Rio de Janeiro que se tornou
conhecido. Na cidade maravilhosa o samba evoluiu, adquiriu sua diversidade
artística e estabeleceu, na zona urbana, como um movimento de inegável
valor social, como um meio dos negros enfrentarem a perseguição policial e
a rejeição social, que via nas manifestações culturais negras uma suposta violação
dos valores morais, atribuindo a elas desde a simples algazarra até a
supostos rituais demoníacos. Imagem
distorcida que os racistas atribuíram ao candomblé, que na verdade era e é
uma expressão religiosa dos povos negros, de inegável importância para seu
povo.
O samba de roda é uma forma de preservação da
cultura dos negros africanos escravizados no Brasil. A influência
portuguesa fica por conta da introdução da viola e do pandeiro. Acompanhado
por atabaques, ganzá, reco-reco, viola e violão, o solista entoa cantigas,
seguido em coro pelo grupo a dançar. Ligado ao culto de orixás e caboclos,
à capoeira e às comidas à base de dendê, o samba de roda teve início por
volta de 1860, como forma de preservação da cultura dos negros africanos
escravizados no Brasil.
Este gênero
foi registrado como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional - Iphan em 2004 e proclamado Obra-Prima do
Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco, em 2005. Estes títulos foram
alcançados a partir de pesquisa fomentada e supervisionada pelo Iphan/MinC.
Presente no trabalho de renomados compositores baianos –
Dorival Caymmi, João Gilberto, Caetano Veloso.
Esse misto de música,
dança, poesia e festa se revela de duas formas características: o samba
chula e o samba corrido. A chula, uma forma de poesia, é declamada pelo
solista, enquanto o grupo escuta atento, só se rendendo aos encantos da
dança após o término do pronunciamento, quando um participante por vez
adentra o meio da roda ao som da batucada regida por palmas. Já no corrido,
o samba toma conta da roda ao mesmo tempo em que dois solistas e o coral se
alternam no canto.
Também conhecida como Umbigada –
porque cada participante, ao sair da roda, convida um novo para a dança
dando-lhe uma “umbigada” -, a manifestação típica do Recôncavo tem destaque
nas cidades de Cipó, Candeias e Cachoeira durante os festejos juninos e da
Boa Morte. Em São Félix, Muritiba, Conceição do Almeida e Santo Amaro, o
samba de roda é destaque na festa de Nossa Senhora da Purificação. São
Francisco do Conde, Feira de Santana, Itacaré e, novamente, Conceição do
Almeida celebram o samba de raiz na festa de Dois de Julho.
Do samba de roda outros tipos de sambas surgiram. Com
novas batidas e inclusção de instrumentos de cordas. Sendo que hoje existe
uma diversidade que tipos de sambas.
Samba-enredo*
Surge
no Rio de Janeiro durante a década de 1930. O tema está ligado ao assunto
que a escola de samba escolhe para o ano do desfile. Geralmente segue temas
sociais ou culturais. Ele que define toda a coreografia e cenografia
utilizada no desfile da escola de samba.
Samba de partido alto*
Com
letras improvisadas, falam sobre a realidade dos morros e das regiões mais
carentes. É o estilo dos grandes mestres do samba. Os compositores de
partido alto mais conhecidos são: Moreira da Silva, Martinho da Vila e Zeca
Pagodinho.
Pagode*
Nasceu
na cidade do Rio de Janeiro, nos anos 70 (década de 1970), e ganhou as
rádios e pistas de dança na década seguinte. Tem um ritmo repetitivo e
utiliza instrumentos de percussão e sons eletrônicos. Espalhou-se
rapidamente pelo Brasil, graças às letras simples e românticas. Os
principais grupos são : Fundo de Quintal, Negritude Jr., Só Pra Contrariar,
Raça Negra, Katinguelê, Patrulha do Samba, Pique Novo, Travessos, Art
Popular.
Samba-canção*
Surge
na década de 1920, com ritmos lentos e letras sentimentais e românticas.
Exemplo: Ai, Ioiô (1929), de Luís Peixoto.
Samba
carnavalesco*
Marchinhas
e Sambas feitas para dançar e cantar nos bailes carnavalescos. exemplos :
Abre alas, Apaga a vela, Aurora, Balancê, Cabeleira do Zezé, Bandeira
Branca, Chiquita Bacana, Colombina, Cidade Maravilhosa entre outras.
Samba-exaltação
Com letras patrióticas e ressaltando as maravilhas do Brasil, com
acompanhamento de orquestra. Exemplo: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso
gravada em 1939 por Francisco Alves.
Samba de breque
Este
estilo tem momentos de paradas rápidas, onde o cantor pode incluir
comentários, muitos deles em tom crítico ou humorístico. Um dos mestres
deste estilo é Moreira da Silva .
Samba de gafieira
Foi
criado na década de 1940 e tem acompanhamento de orquestra. Rápido e muito
forte na parte instrumental, é muito usado nas danças de salão.
Sambalanço
Surgiu
nos anos 50 (década de 1950) em boates de São Paulo e Rio de Janeiro.
Recebeu uma grande influência do jazz.. Um dos mais significativos
representantes do sambalanço é Jorge Ben Jor, que mistura também elementos
de outros estilos.
Referências:
2-http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=20&sigla=PatrimonioCultural&retorno=paginaIphan
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