segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Samba de roda de recôncavo Baiano

O samba de roda da Bahia, especificamente da região do Recôncavo, envolve um misto de música, dança, poesia e festividade.
Devido aos portugueses dizimarem dezenas de aldeias indígenas “tupinambás” que que haviam nesta região, durante o processo de colonização, fez do Recôncavo um dos principais destinos da diáspora africana.  Sendo que este, produziu grandes riquezas. No entanto, a resistência às inovações está entre os motivos que determinaram um grande atraso na sua modernização socioeconômica. As principais fontes de renda dessa região ainda continua sendo o cultivo da cana, madeira e fumo.
O samba do estado baiano se espalhou pelo Brasil e foi no Rio de Janeiro que  se tornou conhecido. Na cidade maravilhosa o samba evoluiu, adquiriu sua diversidade artística e estabeleceu, na zona urbana, como um movimento de inegável valor social, como um meio dos negros enfrentarem a perseguição policial e a rejeição social, que via nas manifestações culturais negras uma suposta violação dos valores morais, atribuindo a elas desde a simples algazarra até a supostos rituais demoníacos.  Imagem distorcida que os racistas atribuíram ao candomblé, que na verdade era e é uma expressão religiosa dos povos negros, de inegável importância para seu povo.
O samba de roda é uma forma de preservação da cultura dos negros africanos escravizados no Brasil. A influência portuguesa  fica por conta da introdução da viola e do pandeiro. Acompanhado por atabaques, ganzá, reco-reco, viola e violão, o solista entoa cantigas, seguido em coro pelo grupo a dançar. Ligado ao culto de orixás e caboclos, à capoeira e às comidas à base de dendê, o samba de roda teve início por volta de 1860, como forma de preservação da cultura dos negros africanos escravizados no Brasil.
Este gênero foi registrado como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan em 2004 e proclamado Obra-Prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura Unesco, em 2005. Estes títulos foram alcançados a partir de pesquisa fomentada e supervisionada pelo Iphan/MinC.
Presente no trabalho de renomados compositores baianos – Dorival Caymmi, João Gilberto, Caetano Veloso.
 Esse misto de música, dança, poesia e festa se revela de duas formas características: o samba chula e o samba corrido. A chula, uma forma de poesia, é declamada pelo solista, enquanto o grupo escuta atento, só se rendendo aos encantos da dança após o término do pronunciamento, quando um participante por vez adentra o meio da roda ao som da batucada regida por palmas. Já no corrido, o samba toma conta da roda ao mesmo tempo em que dois solistas e o coral se alternam no canto.
Também conhecida como Umbigada – porque cada participante, ao sair da roda, convida um novo para a dança dando-lhe uma “umbigada” -, a manifestação típica do Recôncavo tem destaque nas cidades de Cipó, Candeias e Cachoeira durante os festejos juninos e da Boa Morte. Em São Félix, Muritiba, Conceição do Almeida e Santo Amaro, o samba de roda é destaque na festa de Nossa Senhora da Purificação. São Francisco do Conde, Feira de Santana, Itacaré e, novamente, Conceição do Almeida celebram o samba de raiz na festa de Dois de Julho.
Do samba de roda outros tipos de sambas surgiram. Com novas batidas e inclusção de instrumentos de cordas. Sendo que hoje existe uma diversidade que tipos de sambas.
Samba-enredo* 
Surge no Rio de Janeiro durante a década de 1930. O tema está ligado ao assunto que a escola de samba escolhe para o ano do desfile. Geralmente segue temas sociais ou culturais. Ele que define toda a coreografia e cenografia utilizada no desfile da escola de samba. 

Samba de partido alto* 

Com letras improvisadas, falam sobre a realidade dos morros e das regiões mais carentes. É o estilo dos grandes mestres do samba. Os compositores de partido alto mais conhecidos são: Moreira da Silva, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho. 

Pagode* 
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, nos anos 70 (década de 1970), e ganhou as rádios e pistas de dança na década seguinte. Tem um ritmo repetitivo e utiliza instrumentos de percussão e sons eletrônicos. Espalhou-se rapidamente pelo Brasil, graças às letras simples e românticas. Os principais grupos são : Fundo de Quintal, Negritude Jr., Só Pra Contrariar, Raça Negra, Katinguelê, Patrulha do Samba, Pique Novo, Travessos, Art Popular. 

Samba-canção* 
Surge na década de 1920, com ritmos lentos e letras sentimentais e românticas. Exemplo: Ai, Ioiô (1929), de Luís Peixoto. 

Samba carnavalesco* 
Marchinhas e Sambas feitas para dançar e cantar nos bailes carnavalescos. exemplos : Abre alas, Apaga a vela, Aurora, Balancê, Cabeleira do Zezé, Bandeira Branca, Chiquita Bacana, Colombina, Cidade Maravilhosa entre outras. 

Samba-exaltação 
Com letras patrióticas e ressaltando as maravilhas do Brasil, com acompanhamento de orquestra. Exemplo: Aquarela do Brasil, de Ary Barroso gravada em 1939 por Francisco Alves. 


Samba de breque 
Este estilo tem momentos de paradas rápidas, onde o cantor pode incluir comentários, muitos deles em tom crítico ou humorístico. Um dos mestres deste estilo é Moreira da Silva . 

Samba de gafieira 
Foi criado na década de 1940 e tem acompanhamento de orquestra. Rápido e muito forte na parte instrumental, é muito usado nas danças de salão. 

Sambalanço 
Surgiu nos anos 50 (década de 1950) em boates de São Paulo e Rio de Janeiro. Recebeu uma grande influência do jazz.. Um dos mais significativos representantes do sambalanço é Jorge Ben Jor, que mistura também elementos de outros estilos.

Referências:
2-http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=20&sigla=PatrimonioCultural&retorno=paginaIphan



  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LABIRINTO

elenco de O labirinto, apresentaçao no encerramento do ano de 1917 no curso de teatro da UFU