Oludum. Avisa lá, Avisa lá, Avisa lá que eu vou!

Thiago Augusto

Organização não Governamental, Banda de Axé e Reggae, precursora do ritmo Samba-reggae, defensora dos direitos civis e humanistas, sucesso em vários países do mundo. Estes, dentre outros, adjetivos e classificações podem ser atribuídos ao mais famoso bloco-afro carnavalesco da cidade de Salvador na Bahia: o Olodum.

Fundado por moradores da Rua Maciel Cima, no bairro do Pelourinho, Salvador, Bahia,  em 25 de abril de 1979, durante o período carnavalesco daquele ano, como um bloco de carnaval afro, o Olodum se tornou também uma Organização não Governamental (ONG) do movimento negro brasileiro, reconhecido como de utilidade pública pelo governo do estado da Bahia.

A mais famosa vertente do Olodum é a sua banda. E faz sentido. Seu sucesso comercial começou com a gravação do primeiro disco, “Egito” em 1987. Desde então, se tornou autora de hits que embalaram carnavais em todo o Brasil e em diversos outros países do mundo. Além de gravar dezessete álbuns e fazer participações especiais em músicas de outros artistas como Caetano Veloso, Simone, Michael Jackson, Paul Simon, Wayne Shorter, Jimmy Cliff, Herbie Hancock, dentre outros.

O Grupo Cultural também é composto pelo Bando de Teatro Olodum, fundado em 1990, formado por atores negros e por onde passou atores como Lazaro Ramos. O Bando é responsável pela montagem do espetáculo O Pai Ó, que inspirou um filme em 2007 e uma série de TV, exibida pela Rede Globo em 2009. Ambas as produções contaram com atores do grupo teatral em seu elenco. O Bando também é responsável pela revitalização do Teatro Vila Velha, em Salvador, reinaugurado em 1998.

A Fundação Olodum também se dedica à projetos sociais como: Rufar dos Tambores e a Escola Criativa Olodum, que inclui o trabalho de intercâmbio internacional com os Estados Unidos, África, Europa, Ásia e America Latina. Além do trabalho com o Grupo de Dança Olodum.

O Olodum é reconhecido internacionalmente através das suas cores, uma diáspora africana em verde, vermelho, amarelo, preto e branco, que representam uma identidade internacional contra o racismo e a favor dos povos descendentes da África. Suas cores têm significados: o verde simboliza as florestas equatoriais da África, enquanto o vermelho remete ao sangue da raça negra, o amarelo vem do ouro, o preto da raça negra e por fim o branco, que clama pela paz mundial.

A palavra Olodum é de origem yorubá e, no ritual religioso do candomblé, significa Deus dos Deuses ou Deus maior. Talvez seja para este Deus que o som de seus tambores suplicam, intercedendo pela paz entre os homens e tentando de alguma maneira chamar a atenção para os problemas sociais que assolam a Bahia, o Brasil, povo Africano e o mundo.

Nossa Gente

Olodum

Compositor: Roque Carvalho

Avisa lá que eu vou
Chegar mais tarde oh yes
Vou me juntar com o Olodum
Que é da Alegria

É denominado de vulcão
O estampido ecoou nos
Quatros cantos do mundo
Em menos de um minuto
Em segundos

Nossa gente é quem bendis
É quem mais dança
O gringos se afinavam na folia

Os deuses igualando todo encanto
Toda dança
Rataplam dos tambores gratificam

Quem fica não pensa em voltar
Afeição à primeira vista
O beijo o batom que não vai mais soltar
A expressão do rosto identifica

Avisa lá, Avisa lá
Avisa lá, ô ô
Avila lá que eu vou

Bibliografia:

FISCHER, Tânia et al. Olodum: a arte e o negócio. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.33, n.2, p.90-99, mar./abr. 1993.

OLODUM (Site Oficial). Disponível em: <http://Olodum.uol.com.br>. Acesso em: 5 out. 2011.

SILVA, Kátia de Melo e. Grupo Cultural Olodum. Cadernos de Pesquisas, São Paulo, n. 63, p. 117-118, nov. 1987.

ANDRADE, Maria do Carmo. Olodum. Pesquisa Escolar Online. Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: 1 ago. 2014.