Por Robert Oliveira
A Dança do Siriá simboliza uma
manifestação folclórica da Região Norte. Sua
essência está no batuque africano, mas já sofreu transformações e influências
de outras culturas ao longo do tempo. Por apresentar ritmo contagiante e
movimentos envolventes, a dança tornou-se parte da cultura tradicional
paraense, sendo lembrada e valorizada em diversas cidades do estado.
Contam os estudiosos que os negros escravos iam
para o trabalho na lavoura quase sem alimento algum. Só tinha descanso no final
da tarde, quando podiam caçar e pescar. Como a escuridão dificultava a caça na
floresta, os negros iam para as praias tentar capturar alguns peixes. A
quantidade de peixe, entretanto, não era suficiente para satisfazer a fome de
todos.
Certa tarde, como se fora um verdadeiro milagre,
surgiram na praia centenas de siris que se deixavam pescar com a maior
facilidade, saciando a fome dos escravos. Como a fartura na pesca passou a se
repetir todas as tardes, os negros tiveram a ideia de criar uma dança em
homenagem ao extraordinário. Já que chamavam cafezá para plantação de café,
arrozá para plantação de arroz, canaviá para a plantação de cana, passaram a
chamar de siriá o local onde todas as tardes encontravam os siris com que preparavam
seu alimento diário.
A dança segue em roda e em pares. A coreografia
apresenta um ritmo variante do batuque africano, que inicia com melodias lentas
e depois acelera tornando-se frenética. Os movimentos seguem o ritmo do
acompanhamento musical e a letra cantada, ou seja, de acordo com os versos da
música, são realizadas movimentações que interpretam corporalmente cada estrofe
da canção. A letra da música retrata sobre a rotina dos escravos e as
dificuldades que enfrentavam. Na coreografia, os movimentos dos homens sempre
de acordo com a letra, simbolizam trabalho dos escravos e o momento da pegada
dos siris na praia, conforme a história. As mulheres dançam mobilizando as
saias, representando redes de pesca que os escravos utilizavam para colocar o
alimento capturado.
Na dança
do Siriá, o casal apresenta-se descalço. Os homens vestem calças geralmente
brancas enroladas na bainha e blusas coloridas e estampadas com as pontas
amarradas na frente. Eles também utilizam chapéu de palha enfeitado com flores
que as damas retiram, em certos momentos da coreografia, para demonstrar
alegria e entusiasmo.
As damas usam saias longas e rodadas, blusas de renda
branca e enfeites floridos na cabeça, colares, pulseiras e brincos feitos de
sementes da região amazônica.
Basicamente,
os dançarinos executam a dança fazendo alusão com o milagre dos siris, os
homens sempre com o corpo curvado a frente, seguindo o ritmo da música e as
mulheres mostrando rebolados e sensualidade. No momento do refrão, o casal
executa volteios com o corpo curvado para os dois lados.
Tua mãe tariíra, teu pai jacundá (bis)
Se eu soubesse não vinha do mato
Pra tirá o sarara do buraco (bis)
Namora pai, namora mãe,
namora filho,
Eu também sou da família
também quero namorá (bis)
Tal como a "dança do caribó", os instrumentos típicos utilizados são dois tambores de dimensões diferentes. Para dar rítimo e os sons mais agudos (tambor mais estreito e menor) e para a marcação e os sons graves (tambor mais grosso e maior).
Instrumento mais rústico encontrado na cultura paraense. É feito usando-se troncos de árvores ocas, e é revestido com couro de animal (cobra, veado ou na falta dos dois , boi).
Referencias: www.wikidanca.net
www.google.com.br
www.portalamazonia.com.br
cametaoara.blogspot.com.br
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