Lundu – Danças e Ritmos do Brasil.
Publicado em 27/02/2012 by Redação, nas categorias Almanaque Brasil Cultura, Artes Cênicas, Carnaval, Cultura, Cultura Popular, Destaques, História, Música, Patrimônio Cultural, Sambae com as tags Artes Cênicas,História,MPB,Música,Música Brasileira,Música Popular Brasileira.
Lundu, também chamado de Lundum caracteriza-se por um gênero musical e dança folclórica de origem afro-brasileira criada a partir dos Batuques dos escravos. No período da escravidão, os negros realizavam suas tradições religiosas, cantavam e dançavam para manifestação de sua cultura. No final do século XVIII, o Lundu já se torna presente tanto no Brasil quanto em Portugal, tendo influência cultural de tais países.
O ritmo e a dança foram sofrendo modificações no decorrer do tempo, porém a evidência maior é a sensualidade. Apresenta rebolados e “quebras” de quadris, característicos dos movimentos africanos e herdou da cultura européia, a melodia e harmonia para a composição musical.
Durante o século XIX, o Lundu foi considerado um ritmo dominante e aceito pelos brancos. Entretanto, no início do século XX, deixa de ser símbolo de identidade e proibido por ser considerada uma dança que imitava o ato sexual, um atento ao pudor. Contudo, alguns escravos continuavam as escondidas a cultivá-la. Tempos depois, o decreto caiu no esquecimento e o Lundu passou a ser aceito e praticado, mantendo sua principal vertente que é a sensualidade e tornando-se manifestação folclórica. Atualmente, essa dança é praticada em alguns estados do Brasil, principalmente na Região Norte e mais especificamente na Ilha de Marajó, no Pará.
Movimentos Característicos da Dança
Os movimentos são ondulares de grande volúpia, lascivos e lúbricos, apresentam rebolados e maneios dos quadris evidenciando a sensualidade da dança. O lundu possui também influências portuguesas no que diz respeito aos movimentos de sapateados, posturas do corpo, elevação de braços acima da cabeça e marcação com os pés ao ritmo da música.
Coreografia
A coreografia destaca-se como a mais sensual dança folclórica paraense. A história baseia-se em um convite do homem à mulher para um encontro sexual. A dança inicia e o homem convida a dama para dançar, a princípio ela recua, mas diante da insistência do companheiro acaba por aceitar.
Atualmente a coreografia é dançada em roda e de maneira descontraída, mais sempre respeitando as tradições culturais. Apresenta-se da seguinte forma:
Músicos iniciam o ritmo do lundu e as pessoas que querem dançar aproximam-se entrando na dança. O sinal da viola é emitido e a primeira dançarina abre espaço no centro da roda que logo se forma com o grupo. Assim, ela inicia seus movimentos e convida alguém para acompanhá-la e depois substituíla. Esse alguém pode ser homem ou outra mulher, o convite é feito por gestos de batidas dos pés ou palmas diante da pessoa escolhida. Desta forma, a dança segue alternando os dançarinos.
No meio da roda os dançarinos realizam as movimentações marcantes do lundu, com rebolados, braços das mulheres para cima e dos homens para baixo, pernas fletidas e um sapateio em que a planta do pé bate no chão, ao ritmo da música. Se houver o convite de dança com umbigada faz-se uma algazarra no grupo, pois esse é momento da representação do ato sexual no movimento.
Indumentária
A dança do Lundu sofreu modificações no que diz respeito a movimentos e indumentária. Por ser muito praticada da Ilha do Marajó apresenta vestimenta característica da região. Desta forma, geralmente as mulheres usam saias longas, rodadas e estampadas com cores fortes, blusas branca, curtas e de rendas, utilizam também pulseiras, colares, brincos vistosos e flores para enfeitar o cabelo. Já os homens vestem-se com calças largas e brancas e bainhas enroladas nos pés, as blusas são de mangas compridas, enroladas na altura do umbigo e estampadas com desenhos marajoaras. Os pares apresentam-se sempre descalços. A vestimenta da dança do Lundu assemelha-se com a indumentária da Dança do Carimbó
Instrumentos Musicais
- Rebeca (Violino)
- Clarinete
- Reco-Reco
- Ganzá
-Maracás
- Banjo
-Cavaquinho
Apresentaremos abaixo, um grupo de bailarinos que estilizaram a dança do lundu, caraterizando na categoria de gêneros cênicos. Este grupo como muito outros ,utilizam da dança folclórica do lundu, como, instrumento de trabalho e pesquisa, sendo assim, comercializam os espetáculos. Como este grupo temos outros categoria do catira, cirandas, sambas, a este movimento podemos chamar de parafolclore, é uma modalidade artística.
Apresentaremos abaixo, um grupo de bailarinos que estilizaram a dança do lundu, caraterizando na categoria de gêneros cênicos. Este grupo como muito outros ,utilizam da dança folclórica do lundu, como, instrumento de trabalho e pesquisa, sendo assim, comercializam os espetáculos. Como este grupo temos outros categoria do catira, cirandas, sambas, a este movimento podemos chamar de parafolclore, é uma modalidade artística.
Lundu
Lundu da Ilha de Marajó
A mais sensual dança brasileira originária dos escravos angolanos, chegou em alguns lugares a ser proibida. Durante muitos anos, ela foi censurada pela Igreja Católica, que a considerava profana e imoral. Nela, homens e mulheres, em movimentos frenéticos de quadris, sob o som de batuques, simulam um ritual de amor. A dança é a representação desse ato carnal, em que a dançarina envolve o seu companheiro com movimentos voluptuosos, requebrando as cadeiras. O homem investe sobre a moça, indicando o desejo de envolvê-la em seus braços. A coreografia desenvolve-se, a princípio, com a recusa da mulher, mas, diante da insistência do seu companheiro, ela acaba por ceder.
Os trajes femininos são sempre saias bem rodadas com blusas curtas, deixando os ombros e abdome à mostra, e colares de semente ou correntes. Os homens, sem camisas, usam calças curtas e muitos colares. O ritmo é lento e cadenciado, predominando os instrumentos de sopro e os atabaques. A dança do lundu marajoara é realmente um espetáculo inesquecível, principalmente se for admirado à luz de fogueiras, em noites de lua cheia, nas praias paraenses.
O lundu foi exportado para as cortes europeias, onde obteve enorme sucesso. Existem outras versões da dança no País, sendo por esta a versão paraense, da Ilha de Marajó.
Os trajes femininos são sempre saias bem rodadas com blusas curtas, deixando os ombros e abdome à mostra, e colares de semente ou correntes. Os homens, sem camisas, usam calças curtas e muitos colares. O ritmo é lento e cadenciado, predominando os instrumentos de sopro e os atabaques. A dança do lundu marajoara é realmente um espetáculo inesquecível, principalmente se for admirado à luz de fogueiras, em noites de lua cheia, nas praias paraenses.
O lundu foi exportado para as cortes europeias, onde obteve enorme sucesso. Existem outras versões da dança no País, sendo por esta a versão paraense, da Ilha de Marajó.
Fonte: CÔRTES, Gustavo Pereira. Dança, Brasil!: festas e danças populares. Belo Horizonte: Leitura, 2000.
Todos os direitos reservados
Todos os direitos reservados
Nenhum comentário:
Postar um comentário